sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O que mudei com os pequenos #1,2,3


Uma das coisas que mudei ou continuo a mudar cá por casa, está relacionada com a forma como falo com os miúdos.

Apesar de já me considerar uma mãe bem atenta e presente, quando decidi olhar para esta parte de minha comunicação, fiquei muito decepcionada comigo mesma. Eu nem estava acreditar que eu ainda fazia isto!

O isto é... acabar por levantar a voz
O isto é... não deixar que eles façam as coisas por eles
O isto é... acabar por não os ouvir
O isto é...não lhes pedir opinião
O isto é... dar ordens
O isto é... criticar o que não fazem bem
O isto é... exigir que eles sejam adultos em tamanho pequeno

sei lá... tanta coisa que quando me decidi mudar essa parte... entrei em conflito interno. 
Recompostos os conflitos, foi hora de mudar naquele momento!

A verdade é que tempos depois, as mudanças são notórias.

o que mudou na prática? A minha forma de falar com eles...

Exemplo 1:
A letra do pequenote nunca foi grande coisa... e a minha forma de comentar era algo do género: é pah já olhaste bem para esta letra? as linhas servem para quê? faz favor de fazer de novo!

Alterei para:
Filhote és tão organizado, o que é que aconteceu com este texto? Estavas cansado ou aborrecido com alguma coisa? E que tal repetirmos a ver se agora já fica mais direitinha? Precisas de ajuda?

na primeira vez que falei assim com ele... franziu as sobrancelhas... estranhou. Obviamente! As crianças são inteligentes! E com a continuidade, o brio pelo caderno tem vindo a aumentar.

Exemplo 2:
Os meus filhotes não acatam muito bem a ordem directa, (ora o que eu entendo muito bem porque eu ainda hoje sou assim... eu faço tudo a bem. Se me vêm dar ordens com "aquele tom" estragam tudo) ora assim sendo... mudei a forma de falar... Imaginando a situação antes de sair de casa... Vão fazer a cama e lavar os dentes, já!

Alterei para:
Vão lavar os dentes ou fazer a cama primeiro?

Ora nesta forma eles entendem que ambos são para ser feitos, mas não encaram como uma ordem, simplesmente porque lhes estou a dar a opção de escolher o que vão fazer primeiro.

Exemplo 3:
A pequena é muito desenrascada quer fazer tudo sozinha e dava conta que quando eram coisas aparentemente mais perigosas eu não deixava fazer, e dizia dá cá que a mãe ajuda...
Aparentemente eu não estava a fazer nada de mal... mas a verdade é que sem querer estava a ensina-los que as coisas mais difíceis eles não conseguiam lá chegar sozinhos, alem de que estava a impedir que eles percebessem os limites das coisas perigosas

Mudei para:
D -Mãe quero água mas a jarra já não tem, podes por?
Eu - Põe tu filha tu consegues!
D: não mae faz tu que eu posso molhar-me! (ora... aqui está o espelho...era o que eu lhe dizia.... não faças porque tu molhas-te)
Eu: Então experimenta agora a ver se já consegues fazer sozinha
Ora ela toda entusiasmada lá colocou a jarra no chão, abriu o garrafão e colocou a água sozinha na jarra! umas vezes sem se molhar, outras a molhar-se...

O que este simples passo, impactou nela?
Alegria! 
Crença de que é capaz
Afinal eu consigo
Aumento da auto estima
Eu já sou grande
A minha mae confia em mim
Ultrapassou um limite (que eu mesma lhe punha)

(não é que não tenha auto-estima suficiente) hahahah




Gratidão
Alex

2 comentários:

  1. Não tenho filhos ainda mas pareceu-me um guia maravilhoso, fiquei com vontade de experimentar estas dicas, só não tenho é mesmo ninguém com quem as tentar ahah. Muito bom!
    Beijinhos 😘
    entrechavenasdecha.blogspot.pt

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    Respostas
    1. Se não há crianças a observação sobre elas é ainda mais pura, porque sabemos que as podemos observar e não podemos interferir :)

      Gratidão <3
      Alex

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